A Europa acaba de perder o “seu maior expoente da sua Política Externa” – Sarkozy.
Para o bem ou mal da Europa, que navega num mar tenebroso de incógnitas sociais e políticas, o determinismo de Sarkozy torna-se numa incerteza que dará oportunidade a que certos líderes despontem neste tecido pardacento.
Os problemas da globalização carecem de audácia, cuja solução engendra múltiplas referências de confronto e apaziguamento com os ditos países emergentes, e com o gigante da China.
O contexto do Mar Mediterrâneo anseia por um relacionamento mais harmonioso na emancipação do mundo árabe. Mas, é sobretudo, com os países africanos sulistas que a Europa tem de erguer um novo tipo de relacionamento. Mais exigente e mais cultural, mais político e social, de forma que o seu desenvolvimento económico se estabeleça na afirmação dos chamados "direitos humanos".
País charneira da Europa, intimamente relacionado com os países africanos, para o bem e para o mal, é sem dúvida do Hexágono que se espera que as políticas de cooperação se estabeleçam dentro de uma justiça social e política, que corresponda aos anseios das sociedades civis identificadas com o desenvolvimento de África.
Mais que um “trombeteiro” truculento e audaz, a diplomacia europeia carece de "vozes firmes e clarividentes" nas águas turvas do comércio mundial. E, mais do que uma voz altiva e unívoca, o consenso europeu necessita de se exprimir com uma mundividência adequada aos desígnios dos novos tempos.
A Europa acaba de perder o seu “Ministro de Negócios Estrangeiros”, mas abre caminho a que se estabeleçam plataformas de possível enquadramento europeu. Sem esta harmonização de desígnios não se rasgarão novos horizontes de consenso na perigosa penumbra da globalização.
Adiós, Sarkozy!…
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