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domingo, 19 de fevereiro de 2012

EURO POLITIQUE. 309 - Germany and Genscher.2

Genscher é uma figura emblemática do imaginário alemão, digna de estar no Panthéon-Sorbonne, mas com figura, simplesmente humana, gostava de apreciar um copo de vinho do Porto.


Certamente que não dispunha de tempo para assistir às reportagens angolanas, junto ao dito mausoléu, nem de discutir mapas angolanos na capital portuguesa, nem tão pouco de selar compromissos de vassalagem de incógnito compromisso.

Mas que foi figura marcante na “política externa” alemã, parece que comunga de um parecer inteiro dos mais eruditos astronautas em tal veredicto.

Nos tempos de Gencher, colocavam-se duas vias alternativas à política externa portuguesa; uma europeia, a outra africana; ao mesmo tempo, que também se elaborava como presságio de um destino atribulado certas vias de desenvolvimento.

Aliás, a percepção destas realidades era mais evidente da parte dos franceses do que da parte da política externa alemã. Ao contrário da Inglaterra, Itália, Espanha, Holanda, França e Portugal, a Alemanha historicamente nunca teve um relacionamento condigno com África. Por isso, os franceses estavam melhor ilustrados que os alemães.

No contexto interno, enquanto que certos portugueses se deslumbravam com a via europeia, considerada como um “novo Brasil para Portugal”, outros apontam para a emergente via africana, com imensos sacrifícios internos e repletos de dor fraterna.

Neste jogo de alternativas ressurge a hegemonia alemã com novos arautos relembrando anátemas a uma cooperação, que em princípio beneficia os interesses germânicos.

Infelizmente fomos um país colonizador e colonizado ao mesmo tempo, cuja autonomia estratégica dependia de terceiros. Porém, esta dependência que faz relembrar a revolta de Lutero contra Roma, por causa dos impostos, (“a frase alemã onomatopaica”, é condizente com o presente estilo alemão), não quer dizer que a “política externa” portuguesa dependa da presente hegemonia alemã, como habitualmente parece depender de “terceiros”.

Esta dependência de “terceiros” está longe dos “garrote” dos alemães, aliás se for preciso evocaremos a fibra de Genscher.



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