são geograficamente muito próximas
mas conceptualmente e culturalmente
estão a milhas”
Esta frase de Lyal White do Gordon Institute for Business Sciences, dita ao jornal sul-africano “Mail & Guardian” , revela um contexto relacional de extrema importância.
É evidente que Brasil, China e Portugal se encontram à frente da África do Sul, quer nos investimentos, quer nas mais variadas relações socio-políticas.
As antigas matrizes, quer portuguesa, quer inglesa, ditaram alguns percursos divergentes, que se acentuaram durante e após o regime do “apartheid”.
Longe vão os tempos em que Portugal pagavam 2.50 escudos para a matrícula dos jeeps sudafricanos!...
Por trás das matrizes, as diversas passagens de testemunho, quer nas concepções de poder, identidade e sistemas, existem consagrações políticas e culturais da mais variada índole.
Se a um certo declínio estrutural, quer físico, quer social da parte da África do Sul, Angola exibe uma certa pujança quer territorial, quer mundana. E, neste sentido paulatinamente Angola encaminha-se para atingir um certo apogeu, que a sua vizinha já deteve, embora 10% da riqueza de África se encontre nas suas mãos.
Mas esta divergência cultural, por um lado tipo americanizada (ou inglesa) na África do Sul, por outro lado na procura de uma identidade angolana podem confluir para um sadio e salutar relacionamento. Angola carece de um processo de unificação de identidade assumida, enquanto que a África do Sul necessita de uma certa confluência para as suas divergências.
Ambos os países estão ancorados no Sul de África. Portanto “conceptualmente” muitas afinidades, quer geográficas, quer populacionais, se congregam para que diversos conceitos estratégicos sejam postos ao nível da cooperação.
O desenvolvimento tecnológico ao nível das técnicas de petróleo, da energia, da saúde, da informática, da educação, e, da agricultura da África do Sul torna-se numa certa vantagem para quem carece de matérias primas, e neste caso, Angola é fértil.
A proximidade afasta distâncias, e a divergência mental pode criar proximidades!...
“Audaces fortuna iuvat”.
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