Legado
Somos detentores de um legado cultural e institucional que deve orientar o nosso relacionamento diplomático.
Angola é fruto do 25 de Abril, e, deve acarretar certos ideais do “dia da liberdade”.
Não nos devemos imiscuir nas relações internas de um país.
Não queremos exportar a democracia, como talvez façam os USA.
Mas temos o dever de zelar para que as suas regas fundamentais sejam respeitadas.
Estabelecer relações bilaterais, única e exclusivamente na perspectiva económica é trair o legado da nação portuguesa, e, o relacionamento entre povos.
Aqueles que lutaram, tanto de um lado como de outro merecem melhor condições de vida.
Ora, o fosso entre a população e a classe rica, faz com que um hambúrguer custe 14 euros. Com o mesmo dinheiro é bem servido num restaurante de Moçambique.
O déficit democrático, ou seja, o peso extremamente reduzido da oposição (Unita), não consegue esgrimir argumentos contra um poder estabelecido. A falta de informação isenta e credível parece ser um dado que surge com toda a evidência.
Falar sobre Angola sem conhecer a sua realidade interna é um contra-senso.
Todavia basta comparar um pouco Angola com Moçambique, para detectar uma série de contradições que necessitam de ser resolvidas.
Existem organizações independentes que podem e devem dar o feed-back destas contradições angolanas.
E, neste sentido, temos o dever de escutá-las, de entender as suas preocupações, de construir um relacionamento mais positivo.
Não queremos exportar a democracia, mas desejamos que ela floresça com certos ideais que derivam de Abril.
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