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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Portugal-Angola -Cabinda




O artigo de Jean-Philppe Rémy, publicado no jornal “Le Monde”, (12.01.10) reflecte uma visão totalmente cartesiana, e, de um demarcado etnocentrismo francês.


« Parce qu'il est l'une des principales zones de production de pétrole du golfe de Guinée, le Cabinda, confetti gorgé d'hydrocarbures de l'Angola, a gagné le surnom de "Koweït africain". Triste Koweït, sans tours ni infrastructures, habituellement sans visiteurs, où sont venus se faire tuer des accompagnateurs des footballeurs de l'équipe nationale togolaise ».

As raízes históricas de Cabinda não se podem confundir com as razões hegemónicas do Iraque e do seu antigo chefe.

A imprensa portuguesa mantêm-se alheia, efectivamente, aos reais problemas desta província angolana, desvinculando-se de compromissos que deveriam honrar a antiga presença lusa e o legado português. Aliás, o CAN 2010 em Angola não desperta grande interesse na imprensa escrita ou televisa.

Os meios diplomáticos transpiram de suor face à dita sensibilidade angolana. Mas os recentes acontecimentos em Cabinda não terão nada a ver com um certa ingenuidade angolana?

Os meios empresariais desenvolvem parcerias, tipicamente, económicas, demarcando-se de qualquer atitude que possa comprometer os seus interesses.

O intercâmbio e interacção da sociedade civil é quase inexistente, dadas as contingências da evolução sócio-política de Angola.

Em suma: a lusofonia deixa-se ultrapassar pela francofonia e pelo imperialismo inglês.

Os laços históricos e afectivos com Angola não devem permitir que os portugueses estejam só e unicamente num país de imigração.

Por isso, não basta o jeito português de adaptação à realidade africana. Urge que as relações com Angola cimentem um conjunto de valores associados, que transcendam a visão linear e geométrica de origem francesa ou anglo-saxónica.

A salutar contribuição e intercâmbio de culturas deve suscitar parcerias nos novos ideais, pelos quais Angola se quer orientar.

Cabinda não deve ser vista como qualquer “Koweit africano”

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